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'Causos' do Instituto CFTV

 

Por Eng. Claudio de Almeida

 

Esta é uma sessão para descontrair, para rir um pouco...

 

Todo mundo tem uma história engraçada para contar, que aconteceu em alguma obra.

 

E todos também já ouviram falar nos famosos 'causos' que os caipiras contam, sobre o tamanho do peixe que pescaram, assombração, etc.

 

Resolvi dar esse nome a esta seção pois vou contar aqui casos engraçados que aconteceram comigo, que presenciei, ou que me contaram.

 

E posso garantir que, diferentemente dos 'causos' do caipira, são todos reais.

 

Porém,  para preservar a identidade dos protagonistas, preferi usar nomes fictícios.

 

Se você tem algum caso engraçado e interessante, que valha a pena ser compartilhado, me envie que, se for publicado, seu nome e empresa aparecerão nos créditos.

 

 

O entendido em software

 

Esse 'causo' me foi contado por com um colega de trabalho, em 2007, quando eu trabalhava como engenheiro de software em uma empresa que desenvolvia aplicativos para automação comercial.

 

Para preservar a identidade do colega, vamos chamá-lo de José.

 

Conta José que, em uma empresa que trabalhou anteriormente, foi incumbido de desenvolver um determinado software para um cliente muito importante, um negócio que iria trazer muito lucro para sua empresa.

 

Era um software complexo, que ele vinha desenvolvendo há 6 meses e faltava apenas duas semanas para entregá-lo ao cliente.

 

Com receio de não terminar à tempo, vinha trabalhando até tarde todos os dias.

 

Para aliviar um pouco sua carga de trabalho, a empresa contratou para ajudá-lo, um programador recém-formado, um moleque bem novinho, que vamos chamar de Paulo.

 

Quando José foi explicar o que já tinha feito, Paulo começou com as críticas:

 

- Xi, seu raciocínio está errado!

 

- Não foi assim que aprendi na faculdade! Isso não vai funcionar!

 

- Vai dar trabalho, mas se você deixar, posso consertar para você!

 

José, que tinha mais de 10 anos de experiência, pacientemente explicou porque as sugestões dadas por Paulo não iriam funcionar;  que ele estava errado e, além disso, não havia mais tempo hábil para mudar nada.

 

Mas, Paulo era teimoso e não se deu por vencido.

 

Não é que ele foi reclamar com o chefe da divisão que José estava fazendo tudo errado, que a apresentação para o cliente seria um fiasco se não deixassem ele assumir o trabalho de José, consertando o software?

 

É claro que o chefe de José, conhecendo seu trabalho, ignorou o que Paulo falou.

 

Chamou José, lhe pediu desculpas por ter errado na contratação de Paulo e disse que iria dar uma outra função para ele até que o software fosse entregue e aí decidiriam o que fazer com Paulo.

 

José continuou então desenvolvendo o software sozinho e, após muito esforço, conseguiu terminar à tempo.

 

Na véspera da apresentação para o cliente, repassou todas as funções, viu que tudo estava funcionando perfeitamente e até foi mais cedo para casa, para estar descansado para a apresentação.

 

No dia seguinte, quando José começou a apresentar o software para o cliente, tudo saiu errado: o software começou a travar, nenhuma das funções funcionava corretamente, um verdadeiro desastre.

 

Não entendendo como isso aconteceu, pois estava tudo perfeito no dia anterior, José se desculpou com o cliente, dizendo que devia ser algo simples, e abriu o programa para tentar descobrir o que tinha acontecido.

 

Para seu espanto, a programação estava diferente, não era o que ele escreveu!

 

Algo estava muito errado... José então pensou: - Será? Não, não pode ser, ele não faria isso...

 

Mesmo assim, pediu que chamassem Paulo.

 

Eis que Paulo entra na sala, todo sorridente, já dizendo, na frente do cliente:

 

- E aí, gostou da surpresa? Como não aceitou minhas sugestões, ontem, logo depois que você saiu, passei a noite inteira corrigindo seus erros. Ficou muito bom, não ficou?

 

Se ponham no lugar de José: Você dá tudo de si para desenvolver um software e, após 6 meses de trabalho árduo, vem alguém e estraga todo o seu trabalho, com o risco da empresa perder o cliente?

 

Então, fervendo de raiva, José pediu licença para o cliente e deu um soco com toda a sua força na boca de Paulo, que caiu no chão, desmaiado.

 

Após o incidente, José foi chamado pelo seu chefe, que disse:

 

- Você sabe que, pelas normas da empresa, não existe justificativa para sua atitude. Agressão à um colega de trabalho é caso para demissão por justa causa. Porém, eu te defendi e o cliente também; ele entendeu sua situação e disse que, no seu lugar, teria feito o mesmo e quer que você reapresente o software em uma nova data.

 

José reapresentou o software, desta vez a versão que ele escreveu, que foi aprovada e elogiada pelo cliente.

 

 

Veja outro 'causos' aqui

Set/2018

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